Estudo abrangeu 3.725 indígenas venezuelanos que vivem no Brasil
Pelo menos 13 povos indígenas originários da Venezuela vivem hoje no Brasil, segundo um estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Agência da ONU para as Migrações (OIM).
Lançado no dia 1º de agosto, a segunda edição do estudo “Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM, na sigla em inglês) Nacional sobre a População Indígena do Fluxo Migratório Venezuelano no Brasil” mapeou a migração de indígenas venezuelanos para o Brasil. A primeira edição foi lançada em novembro de 2021 e mapeou, então, sete povos.
Na atual edição, 13 povos indígenas foram mapeados durante as entrevistas, que abrangeram 3.725 pessoas. As etnias mapeadas foram: Akawaio, Arekuna, Chaima, Eñepa, Jivi, Ka’riña, Kamarakoto, Macuxi, Pemón, Taurepang, Warao, Wayuu e Ye’kwana, além dos grupos raciais criollo (não indígena) e mestiço (descendentes de indígena e não indígena).
A etnia Warao continua sendo a mais presenta no Brasil, equivalendo a 71% dos entrevistados, seguida pela Taurepang, com 19% e Eñepa, com 2%.
O estudo mapeou 65 comunidades, nas quais vivem 908 famílias, nas quais a maioria indicou que saiu da Venezuela em busca de emprego (25%), seguida pela busca de atendimento médico (18%), a reunião familiar (18%), venda de artesanatos (9%) e ausência de terras (8%).
Questionadas sobre a escolha de migrar para o Brasil, as comunidades indicaram, entre as principais razões, atendimento médico (13%), busca de emprego (12%), segurança alimentar e a busca por melhores condições de moradia (ambas com 10%). Foram citadas, também, a proximidade com a fronteira (9%), a facilidade de chegada (8%), a reunião familiar e a venda de artesanato (ambos com 7%), além da busca por educação para crianças e jovens (6%).
Das 65 comunidades mapeadas, 53 são compostas por apenas uma etnia, das quais 51 são de indígenas Warao e 2 são da etnia Eñepa, representando 78% e 3%, respectivamente, do total de comunidades. Em apenas 12 comunidades (19%) a liderança apontou a presença de mais de uma etnia.
O estudo demonstra que, atualmente, 53% das comunidades concentram-se na região Norte do país, principalmente em Roraima (que corresponde a 74% da população indígena venezuelana na região Norte), e no Pará (15% da região Norte). Outros 28% vivem na região Nordeste, especialmente na Paraíba (que corresponde a 50% do Nordeste) e em Pernambuco (19% da região).
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação