De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Governo Federal realizou, na tarde de segunda-feira, 27, uma reunião com representantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para discutir o impacto da suspensão das atividades realizadas pela entidade no âmbito da Operação Acolhida, diante do anúncio do governo dos Estados Unidos da suspensão por 90 dias o repasse de recursos para essa missão.
Segundo nota do MJSP, as autoridades brasileiras estão mobilizadas e seguem em tratativas para reduzir os impactos da ausência das equipes da OIM na operação logística e na gestão de abrigos em Roraima. Entre as ações emergenciais a serem realizadas estão a realocação de servidores das áreas de saúde, assistência social, da Polícia Federal e Defesa para manterem as atividades essenciais.
“O governo brasileiro reafirma seu compromisso com o acolhimento humanitário de imigrantes e seu entendimento sobre a importância das atividades desenvolvidas pela OIM e demais instituições especializadas no tema para alcance desse objetivo”, afirma a nota.
Participaram da reunião representantes da Casa Civil, dos ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde, da Defesa, da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal.
Na segunda-feira, 27, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, demonstrou sua preocupação com o anúncio de pausa na ajuda externa dos Estados Unidos. Um comunicado emitido pelo escritório do porta-voz de Guterres sublinha que o líder da ONU pediu que isenções sejam consideradas, para que seja garantida a continuidade da prestação de atividades humanitárias essenciais para as comunidades mais vulneráveis ao redor do mundo.
Operação Acolhida
A Operação Acolhida é uma resposta humanitária do Governo Federal para o fluxo migratório intenso de venezuelanos no estado de Roraima. Criada em 2018, a Operação tem o objetivo de garantir atendimento aos refugiados e migrantes venezuelanos e consiste na realocação voluntária, segura, ordenada e gratuita dessas pessoas, em situação de vulnerabilidade, dos municípios de Roraima para outras cidades do Brasil, através da interiorização.
A interiorização, visa permitir que as pessoas beneficiadas tenham melhores oportunidades de integração social, econômica e cultural, bem como reduzir a pressão sobre os serviços públicos de Roraima. A ação envolve o Governo Federal, estados, municípios, as Forças Armadas, órgãos do Judiciário, organizações internacionais e mais de 100 organizações da sociedade civil.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação