Segundo dados da Polícia Federal, o número de brasileiros deportados dos Estados Unidos em 2025 atingiu o maior número registrado desde 2020, com 2.268 deportações. O número foi atingido após a chegada de um voo de repatriação com 110 brasileiros ao Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte/MG, no dia 1º de outubro.
De acordo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a maior parte (77%) dos repatriados no voo de 1º de outubro eram homens desacompanhados, com as mulheres desacompanhadas representando 12% do total. Apenas dois grupos familiares foram registrados, segundo o MDHC: um casal com duas filhas e um casal com um bebê de colo.
O número registrado em 2025 já representa um crescimento de 37% em comparação com as 1.648 deportações de brasileiros registradas em 2024. Em 2020, até então o ano com maior número registrado, 2.188 brasileiros foram deportados dos EUA.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, desde janeiro, quando foi iniciado o governo de Donald Trump, já foram realizadas 24 operações de repatriação de brasileiros. As operações cumprem determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e integram o programa Aqui é Brasil, lançado em agosto para garantir acolhimento humanizado a deportados e repatriados.
Primeiro voo de repatriação tinha brasileiros algemados
Em 24 de janeiro o Brasil recebeu o primeiro voo com nacionais deportados dos EUA do governo de Donald Trump. Após um pouso de emergência em Manaus/AM, foi constatado que os 88 passageiros eram mantidos algemados.
Por orientação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os brasileiros e determinou às autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas. Uma aeronave da Força Aérea Brasileia (FAB) foi mobilizada para transportar os nacionais até o destino final.
Em nota emitida à época, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “o uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação