Cerca de 70 mil pessoas foram deslocadas por ataques em fevereiro, somando-se a quase 800 mil deslocados
O ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, está “profundamente preocupado” com o aumento da crise humanitária na província de Cabo Delgado, em Moçambique, causada por grupos terroristas, afirmou William Spindler, porta-voz da Agência da ONU, nesta sexta-feira, 01, durante coletiva de imprensa no Palácio das Nações, em Genebra.
De acordo com o ACNUR, o último ataque a civis registrado em Cabo Delgado, no início de fevereiro, deslocou mais de 70 mil pessoas nos distritos de Macomia, Chiure, Mecufi, Mocímboa da Praia e Muidumbe, sendo mais de 56 mil apenas no distrito de Chiure, mais de 56 mil pessoas foram afetadas. Segundo a Agência, mais de 33 mil cruzaram a fronteira para a província de Nampula.
Cerca de 90% dos deslocados na província são mulheres, pessoas com deficiência e idosos, segundo a Agência, que afirma que mais da metade dos novos deslocados são crianças, o que “sublinha a necessidade urgente de medidas específicas de assistência e proteção para responder às necessidades das populações vulneráveis”, afirmou o porta-voz.
Desde o início dos ataques em Cabo Delgado, em outubro de 2017, cerca de 1 milhão de pessoas foram obrigadas a se deslocar, das quais mais de 709 mil permanecem internamente deslocadas. A violência na região é marcada, também, pela destruição de casas, instalações religiosas e comunitárias, como escolas e centros de saúde.
Segundo boletim da OIM, a Organização Internacional para as Migrações, entre 22 de dezembro de 2023 e 25 de fevereiro, os ataques ou o medo de ataques nos cinco distritos citados levaram à fuga de pelo menos 15.470 famílias, que se juntam a pelo menos 58.116 deslocados pelos ataques de fevereiro, dos quais 35.295 são crianças, totalizando 71.681 pessoas.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação