Em abril, barco que tinha como destino as Ilhas Canárias foi encontrado com nove corpos no Brasil
Quase 16 mil migrantes chegaram às Ilhas Canárias desde o dia 1º de janeiro, segundo informações do Ministério do Interior da Espanha. Mais de 170 migrantes já morreram ou desapareceram ao tentar realizar a perigosa travessia do Atlântico até o arquipélago desde o início de 2024, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
No total, o Ministério do Interior espanhol registrou a chegada de 15.982 migrantes às Ilhas Canárias até o dia 2 de maio, número quase 370% maior que os 3.401 registrados no mesmo período de 2023. As chegadas ao arquipélago equivalem à maior parte das 18.930 chegadas por via marítima registradas na Espanha desde o início do ano.
As chegadas de migrantes em território espanhol, por via marítima e terrestre, já somam 19.887 registros desde 1º de janeiro, representando um aumento de 190% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 6.858 chegaram ao país.
De acordo com o projeto Missing Migrants, da OIM, desde o início do ano, pelo menos 172 migrantes morreram ou desapareceram ao tentar realizar a travessia do Oceano Atlântico na rota da costa africana até as Ilhas Canárias. No ano passado, 959 pessoas perderam a vida nessa rota, que já acumula 4.219 mortes ou desaparecimentos desde 2014.
Embarcação com corpos de migrantes africanos encontrada no Brasil
No dia 13 de abril, uma embarcação com os corpos de nove migrantes africanos foi encontrada em Bragança/PA. De acordo com a Polícia Federal, o barco saiu da Mauritânia e tinha como destino as Ilhas Canárias, mas foi desviado por uma corrente marítima.
Apesar de apenas nove corpos terem sido encontrados, a PF estima que pelo menos 25 pessoas estavam a bordo do barco, construído artesanalmente, sem leme, motor ou sistema de direção. Segundo a Polícia Federal, a perícia inicial revelou que documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação