Toda a população do Rio Grande do Sul, de modo especial as pessoas atingidas pela catástrofe, está vivendo um momento de consternação. As chuvas que chegaram com grande intensidade a partir de 1º de maio trouxeram uma realidade vista pelo Estado somente no ano 1941. Vieram afetando milhares de gaúchos que, perderam suas casas, seus bens e, em muitos casos, a vida. As inundações estão causando imensos danos materiais, emocionais e psíquicos, desabrigando famílias inteiras e ceifando vidas preciosas.
Vemos uma corrente de solidariedade e unidade de norte a sul do Brasil, uma ampla mobilização para garantir que todos possam ser atendidos. Desde o início da enchente, as Irmãs Missionárias Scalabrinianas com seus colaboradores e voluntários agem com compaixão e empatia, demonstrando seu compromisso com os direitos humanos e a justiça social em todas as circunstâncias, inclusive nos momentos mais desafiadores.
As Scalabrinianas estão atendendo no acolhimento em Canoas, no Centro Socioeducacional Assunta Marchetti como ponto de arrecadação e entrega de donativos e com a hospedagem, no convento, de cerca de 18 pessoas. Além disso, estão sendo voluntárias em alojamentos de Porto Alegre, sendo um dos alojamentos localizado no Cibai Migrações, e atuando na incidência e articulação com as redes socioassistenciais.
Neste contato com as vítimas destacamos algumas falas relevantes: “De uns anos para cá as enchentes começaram a aumentar. Na vez passada bateu na parede, desta vez chegou ao teto. Não consegui tirar nada. Agora estava finalmente comprando as coisas que perdi na enchente passada, geladeira, fogão, cama, guarda-roupa, sofá, impressora…”, conta a moradora do bairro Humaitá.
Em outro depoimento, Augusto traz: “Meu filho foi resgatado na quarta-feira à tarde com sua esposa, os três filhos e o cachorro por civis voluntários. Estavam há dois dias e noites no telhado, com fome, molhados e com frio”.
João Augusto era micro empreendedor de Roca Sales, comenta que a sensação é um misto de tristeza e indignação, pois “já são anos de enchente e nada foi feito, nós comerciantes não temos ajuda para nos reerguer. Vim para cá porque amo essa cidade, queria um lugar tranquilo para criar meu filho, ter meu comércio. Não sei se vou conseguir reabrir” … tenho certeza que essa chuva foi muito pior do que as do ano passado. …como dói ter que passar tudo de novo.
Outra fala da Sra. Clara Offi “Passei a semana lavando a casa, mandei consertar os móveis, chegaram na 6ª feira, ontem mesmo a água invadiu a casa novamente pela quarta vez, dói, dói mesmo. Deus é nossa única esperança”.
Para concluir, o escritor Fabrício Carpinejar quando se refere ao povo gaúcho traz que “Somos especialistas no mate amargo!”. O escritor se refere a resiliência do povo gaúcho em não se entregar para tragédia, em lutar, em se reinventar e tal qual a ave fênix renascer das cinzas, mesmo que estejam molhadas, ou melhor, encharcadas diante da quantidade de água que assolou o estado do Rio Grande do Sul.
Por Ir. Claudete Ana Lodi Rissini, com a Equipe de Comunicação