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Deslocamentos forçados ultrapassaram 114 milhões em todo o mundo, diz ACNUR

No fim de 2022, o número de deslocados forçados atingiu 100 milhões, o maior já registrado até então

O ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, anunciou nesta quarta-feira, 25, que o número de deslocados forçados no mundo “provavelmente” ultrapassou os 114 milhões no fim de setembro.

De acordo com o ACNUR, as principais causas de deslocamento forçado no primeiro semestre de 2023 foram a guerra na Ucrânia e os conflitos no Sudão, República Democrática do Congo e Mianmar; uma combinação de fatores naturais e violência na Somália; além da crise humanitária no Afeganistão

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, ressaltou que, apesar de o foco do mundo estar voltado para a situação em Gaza, muitos outros conflitos estão aumentando ou começando em todo o mundo. “A incapacidade da comunidade internacional de resolver conflitos ou evitar novos conflitos está causando deslocamento e miséria. Devemos olhar para dentro, trabalhar juntos para acabar com os conflitos e permitir que as pessoas refugiadas e deslocadas voltem para suas casas ou reiniciem suas vidas”, afirmou ele.

Segundo o Relatório de Tendências Semestrais do ACNUR, até o fim de junho, 110 milhões de pessoas haviam sido deslocadas à força em todo o mundo, 1,6 milhão a mais do que no fim de 2022, muitas delas deslocadas internamente em seus países.

No entanto, nos três meses entre junho e o fim de setembro, a Agência estima que o número de deslocados forçados aumentou em 4 milhões, elevando o total para 114 milhões, sem contar os deslocados pelos conflitos no Oriente Médio, iniciados em 7 de outubro, fora do período coberto pelo relatório.

De acordo com o ACNUR, os países de baixa e média renda abrigaram 75% das pessoas refugiadas e outras pessoas que precisam de proteção internacional no período analisado. Em todo o mundo, foram registrados pelo menos 1,6 milhão de novos pedidos de refúgio, o maior número já registrado.

Os deslocamentos internacionais já causaram a morte de pelo menos 4.850 migrantes em 2023, em rotas migratórias por todo o planeta, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). A travessia do Mar Mediterrâneo até a Europa é a mais mortal delas, com 2.446 registros desde janeiro e 28.195 desde 2014, quando os dados começaram a ser contabilizados.

100 milhões de deslocados pela primeira vez
No fim de 2022, o ACNUR informou que, pela primeira vez, o número de deslocamentos forçados no mundo havia ultrapassado 100 milhões de pessoas. Entre as principais causas estavam a guerra na Ucrânia, conflitos na Etiópia, Burkina Faso, Síria, Mianmar, entre outros.

Em 2022, 7.086 mortes ou desaparecimentos de migrantes foram registrados pela OIM em todo o mundo, sendo a maioria no Mediterrâneo, com 2.411 registros, seguido pelas rotas das Américas, com 1.457, e da Ásia, com 1.180.

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação

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