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“Que ninguém seja o promotor de uma comunicação de descarte através da disseminação de mensagens de ódio”, pede Papa Francisco

Foto: Canva

Papa Francisco expressou seu desejo por uma rede que não seja criada para aprisionar, mas para libertar

Em mensagem aos participantes e organizadores da 13ª edição do Festival da Doutrina Social, que acontece de 24 a 26 de novembro em Verona, Itália, o Papa Francisco pediu aos presentes que não sejam promotores de uma “comunicação de descarte”, mas “testemunhas da liberdade em um mundo de liberdade.”

Este ano, o Festival tem como tema “#soci@lmente livres”, enfatizando a comunicação na cultura digital. O símbolo “@”, destaca a mensagem, “indicava uma unidade de medida e, posteriormente, assumia valor contábil, antes de chegar ao seu uso comum no correio eletrônico”, onde hoje tem significado de conexão. “Significa o “em” que indica proximidade, proximidade, contato, expressão íntima de liberdade, para “guardar” no coração”, ressalta o Papa.

Francisco expressa, ainda, seu desejo por uma rede que não seja criada para aprisionar, mas para libertar. “A própria Igreja é uma rede tecida pela comunhão eucarística, onde a unidade se baseia não nos ‘likes’, mas na verdade, no ‘Amém’, pelo qual cada um se agarra ao Corpo de Cristo e acolhe os outros”, escreve, citando a Mensagem para o 53º Dia Mundial das Comunicações.

“Que ninguém seja o promotor de uma comunicação de descarte através da disseminação de mensagens de ódio e distorção da realidade na web!”, pede o Papa, que enfatiza que a comunicação só atinge sua plenitude quando é realizada na doação total de si ao outro. “Nessa relação de reciprocidade, desenvolve-se a teia da liberdade”, observa o Pontífice.

Francisco recorda, ainda, o episódio da multiplicação dos pães e dos peixes no Evangelho de Marcos (Mc 6, 34-44). O Papa destaca que a autoridade “inigualável do Mestre de Nazaré” é reconhecida pela multidão que o segue, e que essa autoridade “vem de Seu envolvimento pessoal e de Seu ser o rosto e a palavra do Pai nos caprichos da existência humana: Ele tem compaixão pelo povo.”

A comunicação de Jesus é verdadeira porque, ressalta o Pontífice, “é inspirada pelo amor por aqueles que O ouvem, às vezes até distraídos. De fato, o ensinamento é seguido pelo dom do pão e da comunhão: Jesus está interessado na pessoa inteira, isto é, na pessoa em sua totalidade”. Francisco lembra que Jesus não é um líder solitário, mas conta com a colaboração dos discípulos, que se envolvem “com inteligência e amor para fazer crescer o outro.”

“Eis, pois a importância de sermos testemunhas da liberdade num mundo de conflitos”, exorta o Papa, que pede aos participantes do Festival que promovam “de forma inteligente ações e iniciativas para o bem comum”, envolvendo-se na cultura da doação. “Recebemos a vida livremente; não pagamos nada por isso. Por conseguinte, todos nós somos capazes de dar sem esperar nada em troca, de fazer o bem aos outros sem exigir que nos tratem bem em troca”, conclui ele, citando a Encíclica Fratelli tutti.

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação

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