Decisão de tribunal impediu a expulsão de 10 migrantes para o país africano, a 7.000 km do Reino Unido
Poucas horas antes do primeiro voo de expulsão de imigrantes ilegais para Ruanda, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos impediu, sobretudo, a deportação de um migrante originário do Iraque. O envio foi impedido porque o requerente iraquiano não pode ser deportado para o Ruanda até três semanas após a entrega da decisão interna final no seu processo judicial em curso.
Do número inicial de 37 pessoas que estariam a bordo desse avião, só restavam 10, segundo a ONG Care4Calais. O governo britânico deseja enviar migrantes que chegam ilegalmente ao país para o Ruanda, a 7.000 km do Reino Unido, como forma de desencorajar as travessias do Canal da Mancha, organizadas por traficantes de pessoas.
O plano já foi condenado por partidos, líderes religiosos e dezenas de organizações, incluindo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). No entanto de sexta a segunda-feira, vários juízes britânicos haviam rejeitado os argumentos gerais, dando razão ao plano do governo, mas aceitaram casos específicos reduzindo gradualmente o número de passageiros para o primeiro voo, que totalizavam 10 pessoas na terça-feira.
Segundo a Care4Calais, mais de 130 imigrantes – sírios, afegãos, albaneses e egípcios, entre outros – foram notificados de sua possível expulsão para o Ruanda, país com um histórico preocupante em termos de direitos humanos. Alguns deles apresentaram recursos judiciais individuais, auxiliados por associações e advogados, que também tentaram um bloqueio legal ao programa como um todo.