Celebrando a Festa de Scalabrini em Moçambique, Irmã Marinês Biasibetti nos recorda aspectos fundamentais de uma Igreja sem barreiras sonhada por São João Batista Scalabrini
Visionário de um mundo e uma Igreja sem barreiras
Foi esta a expressão que o Bispo Auxiliar de Maputo, Moçambique, Dom Tonito Francisco Muananoua, usou par caracterizar Scalabrini cuja memória celebramos 01 de Junho.
Para melhor celebrar a vida e obras do Fundador Scalabrini o Departamento Social da Conferência Episcopal de Moçambique por meio das Irmãs que atuam nesta área, organizaram uma Celebração Eucarística, da qual participaram sacerdotes representantes das comissões sociais, bem como colaboradores e membros dos diferentes Organizações que partilham o mesmo espaço de Missão.
Refletindo sobre o evangelho do dia o Bispo Dom Tonito descreveu a perseverança do cego de nascença, que, ao ouvir dizer que era Jesus pôs-se a gritar e pedir socorro….
“Nós que vemos, temos de agradecer a Deus, pelo dom da visão, pois é uma grande responsabilidade e pedirmos a graça de aprender a ver cada vez melhor, pois aprender a ver é trabalhar para que os cegos de hoje se aproximem da caravana de Jesus que passa. Não sem razão, Santo Agostinho dizia: Tenho medo do Deus que passa.”
São João Batista Scalabrini, Bispo de Piacenza e Fundador das Congregações Scalabrinianas, fundadas para cuidar dos migrantes, foi um homem que soube ver a realidade sofrida de tantos pessoas obrigadas a deixar sua pátria e partir em busca de mais vida e dignidade, razão pela qual, São Scalabrini é considerado e reconhecido como o Pai dos migrantes. Na sua canonização a 09.10.2022, Papa Francisco dizia: Com grande visão Scalabrini ansiava por um mundo e uma igreja sem barreiras, onde ninguém fosse estrangeiro. Trata-se de uma figura que, com a sua sensibilidade de ver e sentir, dedicou-se e incrementou a pastoral da mobilidade humana, hoje seu legado permanece vivo e eficaz, em diferentes partes do mundo, mulheres e homens que com sua presença de esperança, vêm a realidade e actuam com compromisso em favor dos que sofrem em diferentes contextos migratórios.
No nosso caso concreto, como colaboradores nas diferentes Comissões significa indicar aos “cegos” de hoje a caravana de Jesus. Encorajar os que não conseguem chegar a Jesus, para que reconhecendo a sua situação de indigência, peçam a graça de readquirir a sua dignidade, reza a sabedoria popular, o pior cego não é aquele que nasceu sem ver, mas é o que vendo, finge de não ver.
Peçamos ao Senhor nesta Eucaristia, por intercessão de S. João Sacalabrini, e São Justino Santos que hoje celebramos a graça de agudizarmos a nossa visão, para que saibamos olhar à nossa volta com profundidade e perspicácia, a fim de anunciarmos a verdade e denunciarmos tudo o que destrói a dignidade da pessoa humana com fé e muita determinação. Assim seja!
Ir. Marinês Biasibetti, mscs
Maputo, Moçambique