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Scalabrinianas participaram do Congresso Nacional da CRB em celebração aos 70 anos de história

Aconteceu entre 30 de maio e 2 de junho o Congresso de celebração dos 70 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) em Fortaleza/CE. Realizado no Colégio Santa Cecília, o evento reuniu cerca de 800 participantes de todos os estados do Brasil, entre eles Missionárias Scalabrinianas. O congresso celebrou a memória, a mística, a profecia e a esperança, sob o lema “Permanecei no meu amor”. (Jo 15,9).

A CRB Nacional, fundada em 1954, tem sido uma conferência de apoio para as congregações religiosas no Brasil, promovendo a comunhão, a formação contínua e a cooperação mútua entre seus membros. Este marco histórico de 70 anos é uma celebração de ação de graças pelo compromisso de inúmeras pessoas que dedicaram e dedicam suas vidas ao serviço do Reino de Deus. Como está marcado na estrofe do hino da CRB: “70 anos de história, CRB, projetos, sonhos e inserção, CRB, em campos e periferias, CRB, memória que se faz canção, CRB.”

Na mensagem recebida do Papa Francisco, ele expressou gratidão pelo testemunho da Vida Religiosa Consagrada e desejou que o congresso fosse um momento de recordar o passado, viver o presente com carisma e esperança, e confiar no futuro sob a intercessão de Nossa Senhora Aparecida.

“Para mim, participar do Congresso Nacional dos 70 anos da CRB, foi celebrar e renovar com alegria o meu ser Consagrada e o nosso Carisma Scalabriniano, que continua sendo mística e profecia nas periferias existenciais”, recorda Ir. Carmen Lucia Pereira, Missionária Scalabriniana.

“Estar nesse Congresso de celebração dos 70 anos da CRB foi fundamental, para não perdermos o elo, para não perdermos a eclesialidade que nos ajuda a buscar juntos a construção do Reino de Deus. Estar congresso me confirmou a importância de caminhar como Missionárias Scalabrinianas de mãos dadas com a minha Igreja, a ser cada vez mais eclesial, pois só assim podemos construir sinodalidade e ser cada vez mais sinodais, em vista da construção do Reino de Deus”, destacou a Ir. Rosa Maria Martins Silva, Missionária Scalabriniana, que também esteve presente no Congresso.

Inúmeras foram as atividades no Congresso, como a peregrinação para o Santuário São Francisco de Chagas em Canindé, momento de oração e solidariedade com as vítimas da enchente do Rio Grande do Sul, escutar as experiências de pastorais que marcam a profecia da Vida Consagrada comprometida com os mais pobres e necessitados, é a esperança que não morre, mas que vibra em nosso interior. Escutar as músicas do poeta, compositor e cantor Zé Vicente e encontrar tantos rostos tornou possível celebrar a ciranda da Vida Consagrada que continua sendo luz.

Oficina “Realidades Juvenis” – Relato da Ir. Carmen Lucia Pereira
Das 15 oficinas oferecidas com várias temáticas destaco a oficina que participei “realidades juvenis” somos convidados como religiosas e religiosos, continuar cuidando da vida das nossas juventudes. Compreender a realidade juvenil, a pluralidade de contextos, vivências, oportunidades e sensibilidades. Ao entender que cada jovem dentro de seu contexto, é protagonista de sua trajetória de vida.

A sociedade que foi fonte de inúmeras vocações, em muitos lugares, está em extinção o que desafia animadores vocacionais a serem capazes de ler cenários, tendências, sedes e possibilidades latentes e emergentes nos contextos em que estão inseridos. “Conhecer os jovens é condição prévia para evangelizá-los. Não se pode amar nem evangelizar a quem não se conhece”.

Hoje mais do que nunca precisamos de Consagrados e Consagradas que se dediquem a escutar as nossas juventudes com uma escuta atenta, que conheçam, sua realidade e com a sua experiencia, o modo de proceder onde reine a prudência, a capacidade de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito, para no meio de todos defender as ovelhas a nós confiadas dos lobos que tentam desgarrar o rebanho.

Precisamos de nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual. Escutar ajuda-nos a individuar o gesto e a palavra oportunos que nos desinstalam da cómoda condição de espectadores.

Partindo disso, o discernimento vocacional é sempre feito em diálogo a três: o acompanhante espiritual, o vocacionado e o próprio Deus. ‘A vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao encontro’, a ponto que, em um dado momento, aquele que faz o acompanhamento da escuta deve desaparecer, assim como fez Jesus aos discípulos de Emaús.

Entre o coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com Cristo, temos a parada, o sentar-se à mesa, o pão repartido, a partilha, a comunhão, um gesto fundamental que faz os olhos se abrirem.

Finalizo a partilha do que foi participar da minha oficina com a frase do Papa Francisco: “Quando cai um jovem de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!” (Mensagem do Papa para a Jornada Mundial da Juventude diocesana. 21 de novembro de 2021).

Oficina “Comunicação na vida comunitária” – Relato da Ir. Rosa Maria Martins Silva
Além de participar como Irmã Scalabriniana, participei, também, como Assessora do Congresso. Neste evento tivemos 15 oficinas, que trouxeram temáticas importantes para a Vida Religiosa, entre elas temáticas relacionadas à caminhada interna da Vida Religiosa, ou seja, das relações da Vida Consagrada no interno das suas congregações, como também temáticas relacionadas ao caminho que as congregações vêm fazendo, de tentativa de salvação do mundo.

De minha parte, falei sobre a temática “Comunicação na vida comunitária”. Como esse tema é fundamental para nós, hoje, em tempos de novas tecnologias de comunicação, em tempos de inteligência artificial. Se faz necessário repensar, ressignificar, retomar a comunicação na vida comunitária.

É a comunicação na vida comunitária, são as nossas relações interpessoais que dão e darão sentido, neste contexto de mundo em que vivemos, à nossa vocação de consagrados, que fizemos os votos de pobreza, castidade, obediência e de viver numa vida comunitária. Não é possível uma vida comunitária baseada só nas relações de inteligência artificial, de celular.

É fundamental para a vida comunitária a relação interpessoal, quero dizer, o olho no olho, falar no coração para a minha irmã, ouvir minha irmã com o coração. Ouvir com o coração quer dizer ouvir com sabedoria, e a sabedoria que está no nosso coração, dada a nós por Deus, nós podemos acioná-la, para transmitir à nossa irmã de comunidade amor, bondade, simpatia, alegria e felicidade por sermos consagradas.

Sem essa sabedoria do coração, sem essa comunicação que nasce de uma relação profunda, de uma comunicação interpessoal com Deus na oração, não é possível viver vida comunitária em tempos de novas tecnologias, em tempos de inteligência artificial. Se não cultivarmos esta sabedoria do coração e esta atenção à nossa comunicação na vida comunitária, nós nos perderemos na inteligência artificial, no celular e nas técnicas novas de comunicação.

A inteligência artificial e o celular podem nos ajudar na nossa comunicação na vida comunitária se por trás desses instrumentos, dentro da vida comunitária, houver coração, houver sabedoria do coração. Sem isso, a nossa vida comunitária, neste contexto de mundo, está fadada ao fracasso. E, se a vida comunitária estiver fadada ao fracasso, está também a nossa consagração.

É isso que nós continuaremos a trabalhar com o grupo de comunicação comunitária que estava na oficina do Congresso, com a participação de 45 pessoas, pois quem participou quer continuar esta reflexão em grupos periodicamente. Esse é o resultado do trabalho feito na oficina. A Vida Consagrada sente a necessidade de reaprender a comunicar dentro de si mesma.

Por Ir. Carmen Lucia Pereira e Ir. Rosa Maria Martins Silva, com a Equipe de Comunicação

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