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130 anos em entrevista: a missão pastoral no Colégio Auxiliadora

No ano em que celebramos os 130 anos da fundação da Congregação das Irmãs Scalabrinianas e da chegada de Madre Assunta Marchetti ao Brasil, traremos uma série de entrevistas para conhecer a realidade da missão das Scalabrinianas na Província Maria, Mãe dos Migrantes.

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, de Cascavel/PR, foi fundado em 1957 pelo Padre Guilherme Maria Heyer, poucos anos após a fundação do município de Cascavel. Em 16 de março de 1957, a pedido do Pe. Guilherme, quatro Irmãs Scalabrinianas partem de Caxias do Sul/RS, para criar em Cascavel o Colégio. Estando o prédio ainda em construção, as Irmãs alugaram uma residência próxima do edifício, iniciando as aulas em 1º de abril de 1957 com 175 alunos.

Atualmente o Colégio Auxiliadora é parte da Rede ESI (Educação Scalabriniana Integrada), que está pautada no carisma legado à Congregação por São João Batista Scalabrini, fundamentada nos ensinamentos da Igreja Católica e na atual legislação que normatiza e orienta a educação no Brasil.

A Irmã Leiny Daniela Albarracin Ovallos, que realizou sua consagração religiosa em 2 de fevereiro de 2025, atualmente realiza sua primeira missão educativa no Colégio Auxiliadora. Desde 14 de março ela atua na missão da Pastoral Escolar e como recepcionista, na acolhida dos pais, estudantes, professores, famílias e outros.

Para conhecer um pouco da missão das Scalabrinianas no Colégio Auxiliadora, confira a entrevista do Serviço de Comunicação com a Ir. Leiny Daniela.

Com qual público a senhora trabalha na missão?

Ir. Leiny Daniela: Trabalho com o público escolar: alunos, professores, funcionários, famílias, pais, enfim, toda a comunidade, porque a pastoral educativa nos colégios católicos se dirige a todos.

Com a Igreja, sentimos o dever de anunciar a todos os homens o caminho de salvação em Cristo e de ajudá-los para que possam alcançar a plenitude de sua vida. Reconhecemos na escola um meio privilegiado para a formação integral das pessoas, procurando que o Evangelho crie raízes na vida das crianças, jovens, diretores, coordenadores, professores, agentes administrativos, funcionários e famílias.

Quais são os principais desafios e alegrias nessa missão?

Ir. Leiny Daniela: A caminhada não é feita só de alegrias, dificuldades são encontradas, mas não são barreiras intransponíveis. Uma das barreiras é o tempo, mas tendo em mente que é um trabalho a longo prazo, deixa de ser barreira e se torna um auxílio, porque dentro do tempo disponível, ter clareza dos objetivos a atingir e qual priorizar, é trabalhar para o futuro.

Outra barreira é a resistência ao resgate de valores e ética há algum tempo deixados de lado pela sociedade. Mas se esse resgate é feito de forma prazerosa e não imposta, com certeza, algum benefício será retornado. Trabalhar limites e a diferença entre liberdade e libertinagem é essencial para formar o jovem atuante e consciente das realidades mundiais, em seus direitos e deveres.

Somos verdadeiros educadores quando entendemos que a educação abrange a vida inteira e é sempre um fato recíproco. Desde que nascemos até quando morremos somos educandos e educadores. Não devemos desistir nunca, devemos buscar sempre uma sociedade mais justa, digna, fraterna e feliz.

Como é o dia a dia do trabalho nessa missão?

Ir. Leiny Daniela: O meu dia a dia é a vivência dos nossos valores Scalabrinianos com toda a comunidade escolar, que para mim são muito importantes, já que em nossa escola se convive com diferentes culturas e com a diversidade.

Scalabrini diz que “Educar é a maneira de desenvolver os germes que estão ocultos no coração do educando e trazer à luz aquilo que está escondido naqueles germes”. Assim sendo, a Educação Scalabriniana prioriza o ser humano em mobilidade e a respeita como sujeito de seu desenvolvimento. Neste processo de autoconstruir-se, o educando precisa ser sujeito de sua aprendizagem e o educador é aquele que lhe facilita a garantia de uma educação que contribua para o seu desenvolvimento integral.

Como Irmã Scalabriniana sinto-me, a cada dia, interpelada e desafiada a oferecer ao nosso mundo e à sociedade, algumas alternativas de convívio, acolhida e partilha, que contribuam para a formação de cidadãos críticos, conscientes de sua dignidade, competentes, solidários, comprometidos e responsáveis por seus direitos e deveres. Enfim, cidadãos que sejam construtores de uma sociedade mais justa e fraterna.

Conhecendo nosso Carisma Scalabriniano entendo porque me sinto tão bem no Colégio Auxiliadora. Estar diante de um projeto educativo que valoriza a pessoa, que acolhe o ser humano em constante mobilidade e lhe faz perceber sua dignidade de filho de Deus, seu valor e seu protagonismo na construção de relações mais fraternas.

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora fez com que eu passasse a interpretar a vida e o mundo de uma maneira mais humana, e é essa educação humanizadora que faz a diferença.

Quais são os maiores frutos do seu trabalho nessa missão?

Ir. Leiny Daniela: Um dos maiores frutos do meu trabalho nesta missão educativa é ter esperança de que um dia teremos um mundo mais humanizado com valores, ética, dignidade, solidariedade e fraternidade. O respeito às pessoas e a si próprio deve ser uma constante na vida de nossos alunos, pois através do respeito, será possível descobrir outros valores guardados nos seres humanos.

Como tem sido viver os primeiros passos da missão como Irmã Scalabriniana após sua consagração?

Ir. Leiny Daniela: Para mim, a Vida Consagrada Scalabriniana é um projeto de vida. É sinônimo de realização pessoal e comunitária, pois quando somos felizes essa felicidade contagia.

A Vida Religiosa Scalabriniana é um chamado especial de Deus para testemunhar seu Filho Jesus num caminho peculiar de acesso à santidade. Este modo de vida específico se sustenta na profissão dos conselhos evangélicos: a pobreza, a obediência e a castidade. A vivência destes conselhos se dá na vida fraterna, onde buscamos imitar a Cristo, vivendo nosso chamado conscientes de nossa missão na Igreja.

Nosso modelo de vida consagrada é a Virgem Maria, exemplo e testemunho de vida, exemplo de santidade, exemplo de humildade, exemplo de Amor. O sentido da vida religiosa consagrada é o Amor, pois só amando as pessoas em Deus é que se pode amar de verdade. A vivência deste chamado é um desafio que exige renúncia, deixar-se lapidar, ser provada no fogo, morrer para si mesma. O maior obstáculo: eu mesma, o mais belo na vida religiosa, Jesus Cristo, o autor da escolha.

Atualmente sou desafiada na criação de uma escola nova, que contribua para a igualdade e a justiça social. Olho para nossas escolas e percebo que delas sobressaem a esperança e a concretização de iniciativas que renovam constantemente o projeto pedagógico pastoral legado por nosso fundador São João Batista Scalabrini e dos co-fundadores Padre José Marchetti e Madre Assunta Marchetti.

Por isso, como Irmã Scalabriniana, através da Educação Cristã, devo procurar desenvolver em cada criatura os valores fundamentais que constituem a dignidade dos filhos de Deus, numa educação plena que leve em conta o homem global e suas motivações sociais, culturais, éticas e religiosas.

O que significa para a senhora viver os 130 anos da fundação da Congregação em sua missão?

Ir. Leiny Daniela: Neste ano em que a Igreja celebra o Ano Jubilar, também nós, Irmãs Missionárias Scalabrinianas, nos revestimos de diversas cores e alegrias em celebrar juntas esta grande festa de ação de graças ao senhor da vida por nos presentear mais um jubileu na história e caminhada como peregrinas de esperança.

Que São João Batista Scalabrini, a Bem-aventurada Assunta Marchetti e o Servo de Deus Pe. José Marchetti, intercedam por nós, para que possamos viver com fidelidade a nossa vocação religiosa, convertendo-nos em testemunho luminoso, anúncio eficaz, companhia e proximidade para com as mulheres e homens do nosso tempo, de modo particular os migrantes e refugiados.

Do Serviço de Comunicação

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