Mais de 600 mil refugiados são sul-sudaneses retornados
Os conflitos no Sudão já obrigaram mais 3 milhões de pessoas a fugir do país, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), dos quais cerca de 60 mil chegaram ao Chade apenas em outubro. A guerra civil no Sudão começou em abril de 2023, com combates entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido (FSR).
No total, os conflitos já geraram 11.531.560 de deslocamentos, dos quais 8.268.984 são deslocados internos no Sudão, muitos deles tendo sido deslocados várias vezes, aponta a Agência da ONU. Um total de 3.004.447 milhões de pessoas estão refugiadas em países vizinhos, principalmente no Chade, que abriga 597.168 refugiados, e o Egito, com 469.760.
De acordo com dados do ACNUR, apenas no mês de outubro, 55.611 sudaneses chegaram ao Chade “em condições desesperadoras, carregando nada além de memórias de uma violência inimaginável que testemunharam e sobreviveram”, como afirmou Dominique Hyde, Diretor de Relações Externas do ACNUR, durante coletiva de imprensa em Genebra. Desde o início da guerra, o Chade recebeu 710.472 refugiados do Sudão, levando a população de refugiados sudaneses no país a 1,1 milhão.
“Outros países vizinhos, como o Egito, que é o maior anfitrião, com 1,2 milhão de novos refugiados sudaneses, de acordo com os últimos números do governo, fizeram mais do que podiam, oferecendo segurança para as pessoas fugirem e garantindo que as crianças pudessem ir à escola, dando aos refugiados o direito de trabalhar, iniciar novos negócios e a chance de contribuir para as comunidades que os acolhem”, afirmou Hyde.
Entre as 3 milhões de pessoas que fugiram do Sudão, pelo menos 644,223 são refugiados do Sudão do Sul, “retornando a um país extremamente frágil com enormes necessidades humanitárias”, afirmou o representante do ACNUR.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação