Migrantes eram do continente africano; perícia deve definir a origem e causa das mortes
A Polícia Federal anunciou nesta terça-feira, 16, que nove corpos estavam na embarcação encontrada por pescadores na região de Bragança/PA no sábado, 13. A perícia inicial aponta que os corpos são de migrantes africanos, da região da Mauritânia e Mali, não podendo ser ainda descartada a possibilidade de que sejam de outras nacionalidades.
De acordo com a Polícia Federal, oito dos corpos foram encontrados dentro da embarcação e um nono corpo próximo a ela, em circunstâncias que sugeriam fazer parte do mesmo grupo de vítimas. A perícia para identificação dos corpos foi iniciada na noite de segunda-feira, 15, em cooperação entre a Polícia Federal e a Polícia Científica do Pará.
Segundo a PF, documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades. O trabalho de identificação tem como objetivo estabelecer a identidade dos corpos adotando protocolos de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI). “Além da identidade, os trabalhos periciais terão por objetivo verificar a origem dos passageiros, a causa e o tempo estimado dos óbitos”, afirmou a Polícia Federal em comunicado.
O protocolo DVI permite a identificação das vítimas mesmo em estado de decomposição avançado, por meio da utilização de amostras de DNA, impressões digitais, características físicas, registros odontológicos e reconhecimento de objetos pessoais.
A embarcação foi levada para terra firme, no município de Bragança, no domingo, 14. Os trabalhos de busca e resgate da embarcação com as vítimas aconteceram das 7h às 23h30, horário em que a equipe chegou ao porto de Vila do Castelo. Um vídeo divulgado por habitantes da região, filmado no momento em que a embarcação foi encontrada, afirmava a presença de cerca de 20 corpos no barco, que estariam já em estado avançado de decomposição.
Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará informou que foi determinada a abertura de duas investigações sobre o caso, sendo uma investigação criminal, com foco em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal de autores, e outra, cível, concentrada em questões de interesse público e na proteção de direitos.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação, com informações da Agência Brasil