A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira, 26, a segunda fase da Operação Hancórnia, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando de migrantes brasileiros, principalmente do Maranhão, para os Estados Unidos através da fronteira com o México. A operação acontece em cooperação entre a PF e a Homeland Security Investigations (HSI).
De acordo com nota da PF, “os investigados aliciavam moradores de diversas cidades maranhenses, organizando a travessia ilegal por meio de rotas na América Central”, pela qual as vítimas pagavam valores elevados. A investigação identificou centenas de vítimas, que incluem crianças e adolescentes.
A nota destaca que foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nos estados brasileiros do Maranhão, Minas Gerais, Rondônia, Distrito Federal e Espírito Santo.
“Nos Estados Unidos, a HSI prendeu um dos líderes da organização na região de Boston/Massachusetts e realizou a detenção de outros investigados para fins de deportação”, destaca texto da PF, que sublinha que as ações foram executadas simultaneamente no Brasil e nos EUA, para impedir a fuga dos investigados.
Desde o início do Ano Fiscal de 2025, em outubro passado, a Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos registrou 3.403 encontros com migrantes brasileiros na fronteira com o México. Desde 2022, foram registrados pelo menos 112.817 encontros com brasileiros na fronteira Sul, segundo dados do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês).
De acordo com dados do projeto Migrantes Desaparecidos, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 10 migrantes morreram ou desapareceram na travessia da fronteira entre EUA e México desde o início de 2025. Em 2024, a OIM registrou um total de 522 fatalidades envolvendo migrantes na região.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação