A Igreja celebrou no sábado, 08, o 11º Dia Mundial de Oração Contra o Tráfico de Pessoas, com o tema “Embaixadores da Esperança: Juntos contra o tráfico de pessoas”. Na sexta-feira, 07, foi realizada no YouTube uma romaria virtual das 11h30 às 16h30 (Horário de Roma), com transmissão em 5 idiomas (inglês, espanhol, português, francês, italiano).
Coordenado pela Rede Talitha Kum, rede internacional de combate ao tráfico humano, o dia é promovido pelas Uniões Internacionais de Superioras e Superiores-Gerais e tem entre seus participantes as Irmãs Scalabrinianas.
Essa data foi instituída pelo Papa Francisco em 2014 e é celebrada no mesmo dia da festa de Santa Josefina Bakhita, religiosa sudanesa que foi vítima de tráfico humano na infância e é padroeira das vítimas e dos que sobreviveram a este drama e daqueles que trabalham contra o tráfico de pessoas. A celebração reforça, ainda, a vulnerabilidade de mulheres e crianças a este crime.
Dados das Nações Unidas estimam que atualmente 50 milhões de pessoas sejam vítimas do tráfico a nível mundial. A maioria das vítimas são mulheres, crianças, migrantes e refugiados, sendo que uma em cada três vítimas é criança e 79% das vítimas de abuso sexual a nível mundial são mulheres e meninas.
Santa Josefina Bakhita, padroeira dos sequestrados e escravizados
Nascida no Sudão em 1869 e, ainda criança, foi sequestrada e vendida como escrava. Pelo trauma vivido, esqueceu seu próprio nome e passou a ser chamada Bakhita, “afortunada”, por seus raptores.
Após anos de sofrimento, foi vendida ao cônsul da Itália no Sudão, Calixto Legnani, que logo lhe deu uma carta de liberdade. Alguns anos depois, quando ele foi obrigado a voltar para a Itália, Bakhita pediu-lhe para ir junto. Quando chegou à Itália, em 1884, foi morar na casa da família Michieli, onde se tornou babá e amiga da filha mais nova do casal, que acabava de nascer. Em dado momento a família precisou viajar durante 9 meses, deixando Bakhita e a filha mais nova aos cuidados das Irmãs Canossianas de Veneza.
No convento, em 1890, ela recebeu os Sacramentos da Iniciação Cristã e foi batizada como Josefina. Lá, ela sentiu o chamado de Deus para se tornar religiosa e, em 1896, professou os votos e ingressou na ordem das Irmãs Canossianas. Josefina morreu em 1947, aos 78 anos, e foi canonizada em 1º de outubro de 2000 por São João Paulo II, tornando-se a padroeira dos sequestrados e escravizados.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação