Pelo menos 1.724 migrantes morreram ou desapareceram ao tentarem cruzar o Mediterrâneo Central desde janeiro
Na terça-feira, 27, a ONG SOS Mediterrâneo anunciou o resgate de 86 migrantes de um bote de borracha superlotado no Mar Mediterrâneo. De acordo com a Organização, 80% dos sobreviventes são menores de idade desacompanhados.
Segundo a SOS Mediterrâneo, os migrantes foram localizados em águas internacionais próximo à costa da Líbia após um alerta da ONG Alarm Phone.
“Os sobreviventes a bordo estão desidratados, exaustos e alguns com queimaduras de combustível”, informou a ONG em uma postagem no Twitter. Os migrantes resgatados estão recebendo assistência das equipes da SOS Mediterrâneo e da Cruz Vermelha.
Após o resgate, as autoridades italianas designaram Bari, que fica a 3 dias de distância do local do resgate, como porto seguro para o desembarque dos sobreviventes. “Ao fazer isso, o único meio de socorro da ONG é removido da rota marítima mais mortal do mundo. Tememos mais naufrágios”, afirmou a Organização no Twitter.
Desde janeiro, diversas ONGs que participam de operações de resgate de migrantes no Mediterrâneo denunciam que o governo italiano tenta “obstruir a assistência às pessoas em perigo”.
Segundo dados do ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, pelo menos 60.352 migrantes chegaram pelo mar à Itália em 2023, sendo que a maioria (48.818) desembarcou na Sicília.
A rota do Mediterrâneo central é considerada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) como a rota migratória mais perigosa do mundo. De acordo com a OIM, desde o início de 2023, pelo menos 1.724 migrantes morreram ou desapareceram na região. Em 2022, o número foi de 1.417 mortes ou desaparecimentos.
Segundo o projeto Missing Migrants da OIM, desde 2014 pelo menos 21.972 migrantes morreram ou desapareceram ao realizarem a rota do Mediterrâneo Central.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual