De acordo com o relatório anual da Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA), a União Europeia recebeu 1.014.420 solicitações de asilo em 2024, em uma queda de 11% em relação aos números observados em 2023.
A Alemanha se manteve como o país que mais recebeu solicitações de refúgio em 2024. Segundo a EUAA, foram 237.000 solicitações, 23% do total recebido em toda a UE. Apesar disso, a Alemanha recebeu 29% menos solicitações em comparação a 2023. Do total de solicitações de asilo recebidas pela Alemanha, 31% foram de cidadãos da Síria, o equivalente a 73.882 pedidos. Em seguida, vem os cidadãos do Afeganistão, com 34.179 solicitações (14%), e da Turquia, com 29.979 pedidos (13%).
O relatório da EUAA aponta que as solicitações de pessoas da América Latina também apresentaram números expressivos em 2024. Os cidadãos da Venezuela realizaram 73.817 solicitações, um número recorde, que representa um crescimento de 9% em relação a 2023 e 7% do total de solicitações de asilo em 2024. Enquanto isso, as solicitações de cidadãos da Colômbia caíram cerca de 18% em 2024, acumulando 51.529 pedidos durante o ano.
Na Espanha, onde cerca de 166.000 pedidos de asilo foram registrados, 40% das solicitações foram realizadas por venezuelanos em 2024, totalizando 66.068 pedidos, seguidos pelos colombianos, com 40.090 (24%), em uma queda de 25% em relação a 2023, malianos, com 10.650 (6%), com crescimento de 726% em relação ao ano passado, peruanos, com 10.404 (6%), e senegaleses, com 7.670 (5%), um crescimento de 254%. Os cidadãos do Mali e do Senegal apresentaram mais do que o dobro de solicitações na UE em 2024, em comparação com 2023, após uma onda de chegadas de barco nas Ilhas Canárias, através do Oceano Atlântico.
De acordo com os dados da EUAA, pelo menos 159.000 pessoas solicitaram asilo na Itália em 2024, com cerca de 16% do total de pedidos registrados na União Europeia. Na Itália, a nacionalidade com mais solicitações de asilo registradas foi Bangladesh, com 33.455 (21%), seguida pelo Peru, com 15.697 (10%), Paquistão, com 12.381 (8%), Egito, com 11.979 (8%), e Marrocos, com 10.382 (7%). Outras nacionalidades foram responsáveis por 47.410 solicitações, correspondendo a 30% do total de pedidos de asilo na Itália.
2024 foi o ano mais mortal para os migrantes
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 2024 foi o ano mais mortal para os migrantes, com um total de 8.938 fatalidades registradas. No ano passado, 233 migrantes morreram em rotas na Europa, o maior número já registrado na região desde 2014, quando os dados começaram a ser contabilizados.
O Mar Mediterrâneo, uma das principais portas de entrada de migrantes na Itália, registrou 2.476 mortes de migrantes durante 2024, de um total de 31.724 registros desde 2014, quando os dados começaram a ser contabilizados. Na rota do Oceano Atlântico até as Ilhas Canárias, 1.142 mortes de migrantes foram registradas em 2024, de um total de 5.356 desde 2014.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação